quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ITINERÁRIO

Cada um é cada um, igualados pelo balanço do ônibus,
indo a lugares diferentes, porém indo fazer a mesma coisa.
Sem saber o certo e o errado, dão sinal.
Indo de encontro a parada, pela lembrança quase viva em seu peito.

Calado a gente fala que não quer falar.
Viva os amigos, ainda que poucos.
Pintando a sociedade em versos,
dos quais me inspira ser o único que faz isso.

Indo trabalhar, trabalho, só, sem poesia.
Simples como carimbar ou escrver.
Estar diante do dinheiro para não precisar pensar nele.
Dos consumos aos status, dentro do ônibus onde todos são iguais.

Feliz, como a chegada em casa,
dizendo ao salário que o dinheiro compra as pessoas,
sem saber, que são as pessoas que se vendem, temos uma escolha,
a minha é ser o único escritor do ônibus da linha 272N pela manhã.

Alisson Monteiro de Freitas

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